quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Tristeza

Nesse mundo pasteurizado de hoje parece que as pessoas não conseguem mais lidar com emoções diversas. Todo mundo tem que estar sempre alegre, com um sorriso estampado na cara o tempo inteiro.
E quando alguém ousa ir contra a corrente então todos resolvem dar uma de conselheiro e te fazer ver a vida através de lentes cor de rosa!

Essa postura é muito ingênua, quase infantil! Impossível que não consigam entender que é através da tristeza que conseguiremos apreciar o que a vida tem de melhor a nos oferecer.

No dia mais triste da minha vida eu perdi meu melhor amigo!
Eu fiquei sem ar, sem chão! Eu chorei até que meus olhos inchados se fechassem sozinhos de pura exaustão! Eu acreditei que não conseguiria mais seguir adiante, sem aquele amigo que esteve comigo desde o meu primeiro dia de vida.

Mas quando eu achava que essa tristeza acabaria com todas as minhas perspectivas de felicidade, um novo dia amanheceu, e nesse dia infinitamente triste também, eu fiquei um pouquinho alegre, porque percebi que eu tive o privilégio de conhecer e conviver com esse amigo tão querido e especial! O melhor de todos, aquele cuja lembrança ficará no meu coração para sempre!

Quando a tristeza exige que eu fique em silêncio não há som que me faça dar valor a qualquer ruído. Mas após vivenciar esse silêncio eu já posso me emocionar com os sons mais simples, o latido de um cachorro, o canto de um pássaro, um carro que buzina apressado, uma canção que me traz meu amigo de volta pra perto de mim!

Se hoje o mundo me parece um grande borrão cinza, sei que amanhã, quando a dor dessa perda apertar menos, eu serei capaz de me encantar com todas as nuances do espectro de cores.

Porque só quem está no escuro pode dar valor à luz! Só quem cultiva o silêncio pode apreciar os sons, só quem verte lágrimas de tristeza e saudade pode se emocionar com um sorriso!

A minha licença de sorrisos está temporariamente suspensa.
Não queriam me alegrar porque preciso dessa tristeza para reencontrar minha alegria.

E eu sei que em breve, quando as lágrimas não turvarem mais os meus olhos, eu voltarei a sorrir.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Cada macaco no seu galho

No mundo de hoje a altíssima velocidade com que tudo muda já não assusta mais ninguém.
O que me surpreende é ver como as pessoas mudam de vida na mesma velocidade com que trocam de meias. E muitas vezes essas mudanças são motivadas apenas pela cobiça, o que pode trazer resultados um tanto desastrosos.

Uma amiga veio à SP consultar um cirurgião plástico pra tentar consertar o estrago que uma dermatologista fez na sua cara. Quando ela me contou quem era a dermato eu tomei um susto, porque essa ex-colega de escola era originalmente obstetra, e assim de uma hora pra outra virou dermatologista.
Tá certo que hoje é mais comum as pessoas cuidarem da pele do que terem filhos, mas será que essa profissional foi fazer uma nova especialização pra virar dermatologista ou mudou os dizeres no cartão de visitas depois de um curso de fim de semana? Pelo estado da pele da minha amiga fico com a segunda opção.

Há uns 2 anos atrás resolvemos anunciar na web e nos recomendaram algumas agências de publicidade especializadas nesse ramo. Liguei pra uma delas e fui muito bem atendida por um gerente e logo marcamos uma reunião. No dia marcado ele mandou uma auxiliar, que além de chegar completamente amarrotada e com olheiras na cintura, estava 1h atrasada, dando a impressão de que tinha dormido fora de casa e perdido a hora.
Frustrações à parte, quando perguntei qual era seu portfólio e em qual escola havia se formado veio a surpresa: a auxiliar não tinha sequer um diploma universitário, e estava trabalhando na agência como redatora graças a uma indicação. Hein???
Claro que depois dessa demonstração de anti-profissionalismo contratamos uma agência qualificada com profissionais formados em Propaganda e Mkt.

E daí então eu começo a me questionar: será que essas pessoas sem qualificação continuarão fazendo cagadas impunemente?
Sou adepta da “boca no trombone” e saio falando mal desses charlatães sem nenhum constrangimento.

Afinal, quem é que vai querer contratar um açougueiro pra fazer lipo-aspiração?
Quem vai chamar um professor de educação física pra tratar dos dentes?
Quem vai gastar dinheiro com um curioso que não entende nada de edificação na hora de construir sua casa?

Por isso agora eu checo todos os antecedentes e faço questão de registro profissional.
Arquiteto tem que ter CREA, médico tem que ter CRM e título de especialista, advogado tem que ter OAB. Porque essa conversa de que o que vale é o talento comigo não rola, tem que ter CV e histórico escolar!

Assim cada macaco vai ficar tranquilinho no seu galho, e nós não correremos o risco de um serviço meia boca feito por um profissional qualquer.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

"Mediocrização"

Nem sei se esse termo existe, mas o que eu quero dizer com ele é que há por aí um movimento para se tornar a cultura popular cada dia mais medíocre. Só pode ser!

Domingo é o dia mundial do cineminha + pizza, e ontem assisti ao documentário da Carolina Jabbor e do Lula Buarque de Hollanda, Mistério do Samba.
O projeto é antigo, por 10 anos Marisa Monte, Paulinho da Viola e os 2 diretores trabalharam para resgatar a memória dos compositores da Velha Guarda da Portela, e esse documentário nos mostra o legado deixado por eles.

O que chama a atenção em primeiro lugar é que nenhum deles tem formação de músico, eles compõem, tocam e cantam apenas com seu talento natural, e bota talento nisso!
Todos, sem exceção, são pessoas muito simples, pedreiros, mecânicos, pintores, operários de maneira geral, e sua educação foi a mais básica.
Entretanto, de suas mãos saíram poesias e melodias preciosas, coisa que não se vê mais hoje em dia, até porque a educação básica mal e mal consegue alfabetizar os alunos!

Mesmo os mais famosos e incensados compositores da MPB soltam pérolas que machucam os ouvidos com rimas imbecis do gênero: ‘meu docinho de pudim’ (que fofo chamar a namorada de docinho, blergh), ‘som de besouro um imã’ (hein?!!!!), ‘segredos de liquidificador’ (não sabia que eles guardavam segredos), ‘a esperança não vem do mar vem das antenas de tv’ (esperança de que? um bom programa pra se ver?), ‘e desperdiçamos os blues do djavan’ (cumã???). Isso sem contar nas maravilhas do Funk, Hip Hop e demais gêneros (“mão na cabeça, mão na cintura, créu”). De uma profundidade exasperadora!

Eu sou burra, admito, mas não chego a muitas conclusões ouvindo uma música destas.
Ao passo que quando ouço algo como “ o castigo que eu vou te dar é o meu desprezo, eu te mato devagar”, já logo imagino toda uma estória de traição/abandono. Só que o tom em que isso é cantado é um tom alegre, que não te deixa parado, muito diferente das dores de corno contadas pelos sertanejos que nos dão ímpetos de cortar os pulsos!

Mas a ‘mediocrização’ da cultura não se resume só ao setor musical. A literatura, cinema, e mesmo expressões mais populares como as famigeradas novelas, que alguns consideram um expoente máximo da cultura popular brasileira (sic), anda muito ruim também.
É tudo muito vulgar, chulo, e o povo que não tem muito senso crítico vai consumindo toda essa porcaria como se fosse o supra sumo!

São semi-analfabetas escrevendo blogs e ‘se achando’ as novas Clarices do Brasil, viadinhos rancorosos que destilam seu veneno irônico pensando que fazem humor, cineastas amadores que filmam 2 curtas XRated pra postar no You Tube e já logo se imaginam um Bertolucci, dublês de modelo/bbb que acham que tem potencial pra se tornar a nova Oprah, autores de novela primários que requentam a mesma estória horário após horário, nos mesmos bat-canais.

Juro que me dá desânimo ver tudo isso!
Mas também, quem tem por presidente o filho de uma analfabeta que nem concluiu o ensino médio não pode querer muito mesmo.

Grandes expectativas pra cultura brasileira só na próxima encarnação!
Será?

PS: deixo esse filme como dica pros meus eventuais leitores. Vale super à pena, não 'perdam'!
:-P

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Ufanismo

E as Olimpíadas chegaram ao fim.
Eu não tinha dúvidas de que os chineses se esmerariam em tudo, até para provar para o mundo que o Comunismo é um bom regime, e realmente eles deram uma aula.
De como gastar zilhões nos projetos e na construção dos novos estádios, arregimentar 9 mil trabalhadores pra construir o Ninho de Pássaro, fazer uma festa de abertura impecável, sumir com registros de nascimento das campeãs da ginástica olímpica, atrapalhar o desempenho de atletas promissores sumindo com seu material, etc etc
Mas no geral foi uma boa Olimpíada, exceto pelo horário ingrato.

A nossa delegação verde-amarela saiu daqui glorificada, a maior delegação já enviada à uma Olimpíada, tudo no mais puro espírito ufanista, tão típico dos brasileiros nesses eventos esportivos.
A mídia especializada chegou a contabilizar algumas medalhas de ouro, principalmente depois dos últimos Jogos Pan-Americanos, e tínhamos uma listinha respeitável de promessas: Diego Hypólito, Jade Barbosa, Thiago Pereira, Jadel Gregório, os meninos do futebol, e por aí vai.

E daí acontece o que? As grandes promessas de Ouro decepcionaram com seu desempenho medíocre.
Diego e Jade levaram ouro na ‘aterrizagem de bunda’. Aliás, vamos combinar que a chatinha da Jade com sua eterna cara de choro não tinha a menor chance, né?
E até a ‘velhinha’ e desacreditada Daiane acabou ficando melhor rankeada no individual que a campeã do choro.

O Thiago Pereira depois de 8 medalhas no Pan já metia medo até no Michael Phelps. Chegou lá e não conseguiu pegar nem a final A.
Em compensação o César Cielo, que até era bem cotado mas estava longe de ser favorito abocanhou 2 medalhas, sendo a primeira de ouro pra natação.

A seleção masculina foi um fiasco, e eu admito que torci que nem louca pela Nigéria, mas infelizmente os pernas de pau com salto alto conseguiram garantir o bronze.
As meninas, mesmo levando a prata de novo, fizeram melhor que seus colegas, que recebem todo o apoio e patrocínios milionários e não fazem bosta nenhuma.

Voltando ao início, a lista de favoritos não incluía o judô nem o iatismo feminino, e elas conseguiram a mesma medalha que o ‘2 vezes melhor jogador do mundo’ Ronaldinho, que era garantia de ouro. Cadê a lógica disso?

É, não se pode negar que todos esses favoritos voltaram bem amarelos.
Amarelos de Vergonha do desempenho aquém do esperado.

Mas, enquanto nossos atletas continuarem tendo que fazer rifa de bicicleta pra ajudar nas despesas de viagem, enquanto tiverem que depender de bolsa atleta ou PAItrocínio pra treinar e competir, o Brasil não vai sair dos vigésimos lugares.
Porque o Comitê Olímpico Brasileiro só pensa em fazer boa figura, em caprichar no uniforme dos seus dirigentes, mandar representantes famosos pra angariar uns votinhos pra candidatura do Rio, mas apoio e incentivo isso não, porque isso não faz parte das atribuições dele.

Então é isso meu Brasil-sil-sil!
Vamos todos nós vestir a camiseta amarelo-decepção para aplaudir os nossos devotados e competentes dirigentes que nos ajudaram a envergonhar o mundo esportivo.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Eu não preciso dos 'Internet Anônimos'

Outro dia a Lalai escreveu uma crônica pra Revista Pix onde ela descrevia a revolução que a internet causou em sua vida. Depois da internet ela mudou de nome, de trabalho, fez amizades e loucuras, ficou famosa, mas isso teve um custo, hoje ela se assume addicted 24/7.

Eu rendo homenagens a ‘Santa @’ diariamente, ela veio pra facilitar a vida em muitos aspectos e eu nem imagino como poderia ficar sem o Home Banking, Google, compras e outros vícios que eu super preciso, mas se ela deixasse de existir de uma hora para outra eu não cortaria os pulsos de desespero não.

Em primeiro lugar porque não passo muitas horas online, e quando preciso, fico ausente ou offline sem nenhum peso na consciência.
Quando saio de férias chego a ficar um mês inteiro sem abrir um e.mail.
Vocês acham que vou desperdiçar meu tempo numa lan house pra bater papo no MSN com meus amigos? Nem pensar!
Mas eu sei que tem pessoas que são escravas da net, por isso quando viajam não sossegam até atualizar seu blog e prestar contas de todos os seus passos pra turminha.

Se alguém precisar falar comigo entre as 18hs da sexta-feira e as 8h da manhã de segunda, melhor usar o telefone porque eu não abro internet nos finais de semana. E mesmo que receba mensagens pelo celular, eu só respondo via computador. Mais uma prova de que passo bem sem a @.

Salas de bata-papo são divertidas, tenho estórias memoráveis pra contar de chats com amigos, mas sem dúvida eu prefiro mil vezes ver esses amigos reunidos ao redor da minha mesa de jantar saboreando um dos meus famosos risotos, do que ficar horas no MSN com eles. Além do mais, esses encontros ‘reais’ podem render um belo álbum de fotos pra revelar ou postar no Flickr :-P

As redes sociais foram uma mão na roda pra reencontrar amigos de escola/facul que se espalharam pelo mundo. São perfeitas também pra te avisar dos aniversários, desde que você entre todos os dias. Se não, melhor manter a agenda convencional atualizada pra não esquecer de ninguém ;-)
Já conheci muita gente nesses sites, mas fazer amigos, verdadeiros amigos, nunca!
Por isso, Orkuts, Facebooks e que tais não me fazem a menor falta.

Os programas de mensagem são ótimos e super práticos, mas tem horas em que nada substitui poder ouvir a voz do seu interlocutor. Eu sei que é possível ver e ouvir através do Skype ou mesmo MSN, mas pra isso é necessário que teu amigo esteja online, ao passo que pelo celular você sempre encontra quem procura.

Com relação a informação, admito que não tenho tempo nem paciência pra ficar navegando muito, por isso ainda prefiro ler jornais e revistas impressos.
O mesmo vale pros livros. Jamais, em hipótese alguma, eu trocaria o prazer de passar horas numa livraria escolhendo livros para baixá-los no computador!
Agora, música eu confesso que consumo quase que exclusivamente pela @. Faz tempo que não compro um cd!
Baixar filmes eu não baixo porque adoro ir ao cinema e além do mais, porque vou apertar meus míopes olhinhos pra enxergar um filme na telinha de 14’ do meu notebook quando tenho uma Full HD de 42’ no meu home theater?

Ler milhões de feeds não é pra mim. Meu tempo é curto e minha vida intensa.
Me divirto seguindo os amigos no Twitter, mas quando estou entalada no trânsito prefiro a companhia do Brandon Flowers, até porque posso fazer um backing vocal básico, e eu adoro dar uma de cantora, hahahahaha

Quando o assunto chega no sexo aí não posso exprimir opiniões porque sou virgem, virtualmente falando.
Até acredito que sexo virtual deve ser um tesão, mas aí vêem as perguntas fatais:

- Teu namorado virtual te faz adormecer falando besteirinhas no teu ouvido?
- Não.

- Dá pra dormir de conchinha com o namorado virtual?
- Não.

- Teu namorado virtual te acorda na manhã seguinte com uma maxi ereção e faz o sexo mais alucinado contigo? Te explode de prazer antes do café da manhã e te deixa com as faces coradas e aquela cara de boba que denuncia que você começou o dia dando uma bela de uma trepada?
- NÃO!!!!!!!!

Então... pra que mesmo que eu preciso da internet, hein?

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Buraco Negro

Toda mulherzinha que se preza adora sapatos e bolsas né?
Nop, nem todas. Tenho uma grande amiga que odeia bolsas.

Parece inacreditável mas é verdade.

Cursei uma faculdade particular, cara e elitista, onde todos os alunos iam pra aula montados como se estivessem indo pra balada.
Mas essa amiga se destacava por ser totalmente o oposto de todo mundo, desencanada, descontraída. Seu visual era meio hyppie, combinaria perfeitamente na ECA, não na nossa faculdade.
Pensam que ela ligava? Nem um pouco.

O acessório indispensável dessa amiga era uma imensa e horrorosa bolsa de couro que parecia um saco gigante. A bolsa dava três dela e como pesava muito ela carregava assim de atravessado, muito antes dos modelos carteiro virarem tendência.
Dia após dia, mês após mês, a bolsa estava lá ao seu lado. Ela não trocava por nada nesse mundo!

Mas o divertido era que tudo o que você imaginasse, “C” tinha dentro da bolsa.
Pensou em coisas normais tipo carteira, caneta, lenço de papel, batom, chaves, livros?
Pois é, isso tinha.
Mas lá dentro também tinha biscoitinhos, pastilhas para garganta, absorventes íntimos, chave de fenda, band-aid, esmalte, muda de roupa, óleo lubrificante, carregador de celular, bolacha de choperia, entrada de show, sementes de abóbora, e mais tudo que se possa imaginar e mais alguma coisa também.

Bastava alguém dizer as palavrinhas mágicas:
“- Por acaso alguém aí tem...?”
Todo mundo já olhava direto pra “C” porque com certeza ela tinha isso aí dentro da bolsa.

Alguns colegas diziam que aquela bolsa era a caixa de Pandora. Outros tinham medo de ser engolidos por ela, e por isso a chamavam de Buraco Negro. Eu me incluo nessa última categoria.

A bolsa era uma zona, ninguém ousava olhar pra dentro dela, mas bastava pedir por um alicatinho de cutícula que ela metia a mão lá dentro e tirava na hora o objeto desejado.
Era quase a cartola de um mágico.

Um belo dia o aniversário da “C” estava chegando, e resolvemos dar uma bolsa nova pra ela de presente. Chegamos na festa crentes que iríamos abalar, mas nossa amiga abriu o pacote, olhou sem o menor entusiasmo, agradeceu e largou de lado.
Como fiquei desapontada com a reação dela, perguntei se ela não tinha gostado, e ela respondeu com a maior naturalidade:
“- Sabe o que é, eu odeio bolsa, se pudesse carregaria tudo em bolso, mas como sou obrigada a andar com todo esse mundo de coisas, vou continuar com meu sacão mesmo. Ele é feio mas cabe tudo dentro e não chama a atenção de ladrão.”

E assim foi, durante todo o curso universitário, Buraco Negro freqüentou as aulas assiduamente.
Na colação de grau fizemos um certificado especial pra ele que virou personagem da nossa turma.

Os anos se passaram, “C” continua não gostando de bolsas, mas aposentou Buraco Negro e agora usa uma mochila LV chiquééérima.
Pelo menos substituiu aquele pavor por uma peça à altura, hihihihihihi

Quanto a mim que Amo bolsas, quanto mais, melhor!

terça-feira, 29 de julho de 2008

Bad Day Hair

Acho que isso acontece com todo mundo: um belo dia você sai da cama com 2 pés esquerdos, Murphy olha pra ti e diz:
“- Oi gata, vamos passar esse dia juntinhos?”
E aí tudo começa a dar errado, o típico Bad Day Hair, embora nada aqui seja um problema capilar, digamos assim.

Ontem já passei o maior perrengue por causa da minha amiga corneada que ficou horas reclamando que eu deveria ter contado pra ela.
Sei sei, até parece.
Depois de uma sessão dupla de análise cheguei em casa e ainda fiquei quase 2 horas no telefone (sim, com a mesma pessoa), por isso fui dormir bem tarde.
Pra completar, quando eu estava pegando no sono disparou o alarme de um carro na rua, eu despertei e pra pegar no sono de novo foi um custo.

Nem preciso dizer que a hora que o despertador tocou hoje cedo eu estava em outro planeta, minha cara denotava que a noite fora mal dormida, mas não dei bola pra desgraça e tratei de preparar meu café pra não me atrasar para a reunião. Separei uma roupa elegante e direto pro chuveiro.
Pra garantir que eu não dormiria no meio da apresentação resolvi entrar no banho de cabeça e tudo, e no meio do enxágüe, tã nãããã, acabou a água quente!

Como meu aquecedor é a gás isso só poderia ser problema no prédio, mas como o tempo era curto resolvi encarar o suplício de acabar o banho frio mesmo.
Detalhe: Eu Odeio Água Fria, até no verão tomo banho quente!

Cantei uma ópera, pulei uma corda imaginária, usei secador de cabelo no corpo todo pra ver se me esquentava, caprichei no make e lá fui eu para meu compromisso matinal, não sem antes dar o maior ralo no zelador que não percebeu que o gás estava acabando.

Na reunião tudo correu bem, mas na hora da saída percebi que meu carro tinha sido arrombado dentro do estacionamento. Meu prejuízo consistiu num espelho retrovisor, que o ladrão deve ter quebrado de sacanagem porque não tinha nada ‘furtável’ dentro do carro, e por muito favor o gerente não me cobrou a estadia porque a ‘empresa não se responsabiliza pelos objetos deixados dentro do veículo’.

Um espelho retrovisor é um objeto que deixei dentro do veículo???
Então tá, então!

Pra comemorar os bons resultados da reunião fomos almoçar fora, mas é claro que houve outro contratempo, o garçon deixou pingar molho na minha roupa. Como sou habituée do restaurante o gerente me pediu para levar a nota da lavanderia que eles me pagariam a lavagem.
Menos mal.

Voltei pro escritório azeda e descobri que além dos meus sachês de Nespresso terem acabado (sou movida a cafeína), o incompetente da Telefônica que veio aumentar a velocidade da rede conseguiu nos deixar sem conexão.

É ou não é pra você sair gritando com o primeiro que aparecer pela frente?

Mas, pra não fazer isso e nem correr o risco de mais alguma coisa dar errado, encerrei meu expediente mais cedo e voltei pra casa.
Logo mais no fim da tarde me presentearei com uma massagem relaxante num SPA Day e vou torcer pra que o Murphy caia de amores por outra vítima.

Puffff