segunda-feira, 26 de maio de 2008

O último romântico

Ontem o mundo do esporte branco, como o tênis era chamado antigamente, se despediu de uma das figuras mais carismáticas dos últimos tempos, o nosso Gustavo Kuerten.

Guga trouxe uma alegria para as quadras que esse esporte nunca havia testemunhado.
Além da sua figura simpática e cativante, Guga possuia uma técnica que o levou onde nenhum outro brasileiro conseguiu chegar. Ele entrava na quadra e 'brincava' de um jeito gostoso, com seus gemidos, suas risadas e golpes certeiros.

Mas técnica todos os grandes profissionais possuem, mas o que fez com que ele conquistasse uma grande legião de fans, aqui e lá fora, foi justamente esse seu jeito moleque, essa alegria que ultrapassava os limites das quadras.

Em 1998 tive o prazer de me encontrar com ele numa sala de espera do aeroporto de Roma, e como fan não me contive e fui falar com ele.
Se eu já gostava dele, a partir desse dia me apaixonei!
Que menino querido, simpático, simples, um legítimo Fofo!

A cada nova temporada novos astros surgirão no tênis, mas o Rei do Rolland Garros jamais será substituído, porque essa alegria nenhum outro jogador conseguirá equiparar!

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Como enrolar uma operadora de telemarketing

Raramente estou em casa durante o dia, exceto nos finais de semana. Providencialmente tenho identificador de chamadas pra me livrar dos chatos.
Mas eis que estou em casa, com uma mega gripe, e lá pelas 15h e pouco meu telefone toca.
O identificador não registra o número e já prevendo que era alguma roubada atendi disfarçando a voz.
Segue-se o dialógo travado entre uma operadora de telemarketing e eu.

GG: - Alô.
Silêncio
GG: - Alôôô...
Telemkt: - Boa tarde! Meu nome é Elaine e trabalho no setor de relacionamentos da Net. Poderia falar com o responsável?
GG: - Aqui num tein ningueim cum essi nomi.
T: - Como?
GG: - Nun tein ninguein cum essi nomi aqui não dona.
T: - Que nome?
GG: - Essi aí qui a sióra falô.
T: - Qual?
GG: - Anete Res... sei naum.
T: - Não! Eu gostaria de estar falando com o responsável.
GG: - Intaum dona, tein ninguein cum essi nomi não.
T: - A senhora não me entendeu, eu trabalho na Net, a operadora de tv a cabo.
GG: - Ói dona, eu sô pobri mai num sô burra, quein tein cabo é vassora, tv tein antena!
T: - (risos) Tv a cabo é um sistema de televisão. Eu estou ligando para saber se vocês não estariam interessadas em adquirir um pacote da nossa operadora.
GG: - Pacoti é? Du que? Bolacha, fralda?
T: - A senhora é a dona da casa?
GG: - Não sióra, sô a empregada.
T: - E a que horas eu posso estar encontrando com os donos da casa?
GG: Tein dono da casa aqui não.
T: - Não mora ninguém aí?
GG: - Mora a patroinha.
T: - Sim, e a que horas eu posso encontrar a sua patroa?
GG: - Ói dona, issu eu nun sei não prumó di qui eu largu u silviçu as 4.
T: - E a patroa chega mais tarde?
GG: - Devi di chegá.
T: - E a senhora sabe se sua patroa tem televisão em casa?
GG: - Tein sim sióra, tein 2!
T: - E internet?
GG: - Lá vein a sióra cum essa Aneti di novu.
T: - Não, eu queria estar sabendo se ela tem internet banda larga.
GG: - Ói qui dona, a patroinha é dotora, moça di famílha, devota di Nossa Sióra Aparicida, ela nun si meti cum essas coisa di banda não sióra.
T: - A senhora não conhece internet banda larga?
GG: - Cunheçu Aneti di banda niúma.
T: - Mas a senhora acha que sua patroa estaria interessada em conhecer os nossos serviços?
GG: - Não!!!! Silviçu aqui quein faiz sô eu, i nun vô dá recadu nium pra dotora. Poca vergonha querenu robá meu impregu!!!!!
T: - Calma! Eu estou falando de outros serviços. A senhora acha que eu poderia estar ligando mais tarde para falar com a sua patroa?
GG: - Uai! A sióra podi tá liganu quanu quizé, si a patroa nun tive im casa tein aqui uma maquininha qui fala suzinha cu telefoni i aí a sióra dexa u recadu pru mó da patroa ligá di vórta.
T: - Muito obrigado pela sua atenção. Vou estar ligando para oferecer uma boa promoção para sua patroa. Com quem falei?
GG: - Cumigu dona, di nada viu!

Desliguei, e para não correr mais riscos deixei a ‘maquininha que fala sozinha’ atendendo todas as ligações.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Arquitetos de papel

Não existe profissionais mais blasé do que os arquitetos.
Estão sempre cagando regras, desfiando suas utopias urbanísticas em qualquer pausa pro cafezinho.

Mas daí eu saio passeando pela cidade e me pergunto: aonde estão as grandes obras dos novos gênios da arquitetura moderna brasileira?
Cadê os nossos Frank Gehry, Santiago Calatrava, Jean Nouvel, Zaha Hadid, Renzo Piano?

Já deve ter alguém aí de mão levantada dizendo: “- Mas nós temos o grande mestre Oscar Niemeyer!”

Grande merda! Eu-não-gosto-do-Niemeyer!!!!

Não gosto em primeiro lugar pela sua ideologia de ‘mejor amigo del comandante Fidel’. Quando foi que o grande comunista projetou um conjunto habitacional pra população carente?
Nunca, claro! Seus projetos são regiamente pagos, e em moeda forte.
Em segundo lugar não gosto dele porque as obras do Imperador do Concreto são muuito parecidas. E feias. E monocromáticas. Quando pinta uma cor é aquele vermelhinho comuna.
Brasília é horrível, o Memorial da América Latina um pavor. Melhorzinhos são os museus de Niterói e Curitiba.
Até o Artacho Jurado, que nem arquiteto era, ousava mais nas formas e cores que o Oscarito. Tudo bem que o cor de rosa do Edifício Bretagne é meio kitsch, mas ainda é melhor que o rosa Ohtake do I.T.O.

Mas o Niemeyer ganhou um Pritzker Price, vocês devem estar pensando. Mas o Paulo Mendes da Rocha também! humpf

Enquanto passam seus 5/6anos subindo e descendo as rampas do Vilanova Artigas os estudantes de arquitetura carregam todos os seus sonhos na mão. Mas depois que ganham seu CREA aonde vão parar esses futuros Grandes Mestres da Arquitetura Mundial?

Perdidos no fundo de uma loja de móveis planejados projetando cozinhas?
Ou trabalhando como semi-escravos no escritório de algum Marcelo Rosenbaum?
Ou pior ainda, em alguma construtora que reedita o mesmo projeto Neo-Clássico em todos os bairros da cidade?
Onde?

Mas ainda pior que os ‘Arquitetos de Papel’ são os ‘Decoradores de Banca de Jornal’.
Aqueles boçais que fizeram uma assinatura da Casa Cláudia e que depois de visitarem 2 mostras de decoração já saem por aí se achando um Sig Bergamin versão século XXI.

Entram na sua casa reparando em tudo, e se puderem dar um pitaco, os Esther Giobbi dos pobres já fazem mil modificações na sua decoração.

E eu fico aqui tentando saber com que moral uma mulher que tem um quadro da filha pintado pelo Roberto Camasmie pendurado na sala de estar pode reclamar dos meus quadros?
Como uma sofisticada criatura que tem reproduções do Debret na sala de jantar pode dizer qualquer coisa sobre os meus tapetes?
E se a minha pintura está monótona o que dizer do papel de parede Laura Ashley do seu quarto?

Me economizem, por favor!
Olhem pro próprio traseiro pra ver se não tem nada pendurado antes de falar do meu!

Vou lançar meu manifesto anti ‘Decoradores de Banca de Jornal’ e ‘Arquitetos de Papel’ na esperança de, num futuro próximo, me banhar em piscinas de hotéis luxuosos projetados pelos novos Philippe Starcks do Brasil!


PS: como deu pra perceber eu não sou uma analfabeta arquitetônica. Apesar da bronca, admiro o estilo dos mestres e aplaudo os verdadeiros profissionais, alguns até citados nesse texto. Mas eu quero menos utopia e mais construção, pra poder encher a boca e dizer: “que linda obra! É de um jovem arquiteto brasileiro!”

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Coisas de menina

Eu sei que a maioria de nós mulheres sempre reclama da falta de participação masculina nos assuntos femininos, mas tem coisas que os meninos não conseguem entender, por mais boa vontade que tenham.

Dias atrás estava fazendo compras num supermercado e empaquei no setor de perfumaria porque não conseguia decidir se eu queria um creme dental que deixasse meus dentes mais brancos ou limpos por 12 horas.

Como já era tarde o super não estava muito cheio, e no mesmo corredor que eu estava um carinha tentando comprar absorventes pra namorada.
Ele tinha 2 pacotes na mão, olhou pra mim, sorriu e perguntou:
-“Mas pra que tanta variedade, não é tudo igual não?”
Eu olhei meio sem graça pra ele e disse que não, a diferença era muito grande, e dependendo da mulher a compra do absorvente errado poderia ser um problema.

Eu expliquei que até o tipo de calcinha que a garota usa influencia na hora de escolher um absorvente.
Ele me olhava cada vez mais perplexo, e então eu comecei a dar uma aula pra ele. Falei sobre tamanho, largura, textura, cobertura e depois de mais algumas ‘frescuras’ ele agradeceu a ajuda e resolveu telefonar pra namorada e perguntar especificamente qual tipo de absorvente ela usava.

Sábia decisão devo dizer, porque imagina o coitadinho chegando em casa com um Sempre Livre noturno e a moça só gostar do Slim?
Mal humor na certa, ainda mais porque no período menstrual nunca estamos no nosso estado normal.

Eu agradeço a ajuda e a participação do meu amor, mas tem coisas que eu quero que continuem íntimas e privadas e feitas exclusivamente por mim.